
O Professor do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe, Lyzandro Borgues, esteve na manhã desta quinta-feira, dia 16, no programa “Cultura News”. Ele falou sobre o lançamento do livro “No olho do furacão: como a equipe força tarefa covid-19 venceu a pandemia no menor estado do Brasil”. Além disto, ele também destacou a atual situação da pandemia.
Durante a conversa o profissional disse que a ideia de escrever o livro surgiu durante os primeiros meses que atuou em campo, enquanto a covid-19 registrava os primeiros casos graves com óbitos em Sergipe. “Ao lado do aluno Pablo Valadares e demais estudantes e o pessoal da UFS fomos desenvolvendo os estudos. A principio eu faria apenas o acompanhamento de casos, mas depois decidimos colocar isto para a posteridade. Este livro será fundamental, pois as futuras gerações vão entender o que passamos nesse momento tenso”, detalhou.
Na obra, o Professor destaca como forma as primeiras forças-tarefa que fez em todo o estado. “Com exceção de Santana do São Francisco, andamos por Aracaju e mais 73 cidades de Sergipe. Tudo com apoio da UFS e do Governo de Sergipe que nos deu uma valiosa ajuda. Fizemos testagens desde os quilombolas e os índios Xocós, até em funcionários de diversas repartições, jornalistas, radialistas, policiais, entre outros trabalhadores. Foi uma luta árdua, mas que demonstrou que estávamos num caminho mais correto para se chegar as respostas”, comentou.
Dr. Lyzandro Borgues lembrou que a Universidade Federal de Sergipe foi uma das pioneiras a descobrir o vírus, quando a covid-19 ainda não tinha casos oficiais, mas já circulava em boa parte do Brasil. “Neste quesito temos que apoiar cada dia mais a nossa UFS. Sabemos das dificuldades e da falta de investimento, mas foi graças a ela, não só na área da saúde, mas também em diversas áreas, que podemos conhecer mais sobre um vírus ate então desconhecido de nós”, detalhou.

Perguntado sobre a pandemia na atualidade, o especialista disse que estamos numa situação bem confortável, mas que isso não quer dizer o fim do coronavírus. “A OMS está em vias de rebaixar a pandemia para uma endemia. Isso é positivo, mas o vírus continua circulando. Por isso é fundamental continuar a testagem, pois a covid-19 pode se transformar numa gripe simples e confundir as pessoas”, ,alertou Dr. Lyzandro.
Ele também recordou sobre a gripe espanhola que atingiu o mundo entre 1917 e 1920. Segundo o Professor da UFS, a covid-19 fez lembrar esse momento da história mundial. “Coincidentemente foram 3 anos, tanto da pandemia de covid como a de gripe espanhola. Isso demonstra a média que esse tipo de doença pode alcançar. Por isso que os estudos sempre devem continuar”, pontuou.
Questionado se procede a informação de que a covid-19 realmente surgiu de consumo de morcegos na China, Lyzandro Borgues disse que é uma forte hipótese. “No começo chegou a se cogitar o vazamento de vírus de laboratório. No entanto, existe essa possibilidade de uma mutação de um vírus, o sas cov-2, que ao ser transmitido para uma espécie de tatu, passou para os humanos. E entre os chineses existe costume de comer carne desses animais, pois para eles, comer carne de boi, diferente, de nossa cultura, é muito caro”, explicou.
Ao final da entrevista, o Professor disse que não estamos livres de, no futuro, termos, outras pandemias. “É preciso sempre ficar atento as pesquisas, pois vírus são mutáveis. A covid-19 em si pode voltar a ter aumento de casos e óbitos? Pode. Mas a vacina deu status de neutralizar isso. No entanto, ,não podemos descartar a chance de outras pandemias. Para isso que a pesquisa e a ciência devem sempre ser atualizadas”, finalizou.
Por Rozendo Aragão
Redação C8
Foto: Cleber Silva/CFF