
O Presidente da Associação de Juristas Católicos de Sergipe (AJUCAT), Adelmo Júnior, e a Médica Obstetra, Dra. Renata Sousa, participaram do Programa “Cultura Notícias” na manhã desta terça-feira, dia 19. A temática da entrevista foi sobre a discussão do aborto, assunto que já está na pauta do Supremo Tribunal Federal.
O Presidente da Ajucat iniciou sua fala, lembrando que a entrada do assunto na pauta do STF de forma rápida foi algo surpreendente. “Essa análise do tema entrou sem muitos questionamentos e foi através de um pedido do Psol. Nele é solicitado que o STF possam rever as normas vigentes. A Presidente do Supremo, Rosa Weiber, foi quem colocou na pauta e ira se aposentar. A União de Juristas acha muito estranho que foi pautada e não designada. Nesse caso o próximo presidente seria o relator. Neste caso, é claro que essa situação é visto como favorável a liberalização do aborto sem um debate mais aprimorado”, denunciou.
Já Dra. Renata lembrou que um dos preceitos que são questionados é o direito à vida e isso acaba sendo um conflito. “O início da vida se dar desde a concepção. Os defensores do aborto defendem que nas 12 primeiras semanas não há vida e isso é uma inverdade. Além das questões psicológica que afetam a gestante. como fica a saúde física da mulher, muito se defende que a legalização vai proporcionar uma segurança a mulher e isso é uma inverdade, como todo procedimento traz risco e no caso do aborto hemorragia, e as consequências tardias da infertilidade”, destacou a Obstetra.
Segundo o jurista, o partido que propôs a ação deixa claro que ha vida, provocando então um grande contradição entre eles. “O pensamento sempre é defender a liberdade da mulher, a autonomia para fazer o aborto. A todo momento esta sendo pedido a interrupção da vida deixando nas entrelinhas que, num dado momento, isso pode ser revisto e, na verdade, isso não existe. O que vai acontecer é a eliminação da vida”, pontuou.
Questionado se haveria alguma falta do Poder Legislativo no debate, Adelmo Junior disse que não via isso como uma ausência, mas como uma certa precaução, uma vez que eles são os legítimos representantes do povo e tem o poder de fazer esse debate. “Não é errado o STF entrar na discussão. Não vejo omissão dos Deputados e Senadores, tanto é que outras propostas semelhantes já tramitaram. O caso é que eles estão avaliando o cenário. E caso o Supremo dê parecer favorável ao aborto, eles podem fazer medidas para evitar isso”, explicou.

Dra. Renata lembrou que entre vários profissionais da medicina não existe um consenso sobre o assunto. No entanto, avida é algo jurado por todos durante a formação e até a parte profissional. “O que precisamos entender é que a vida já existe, independente de qualquer situação que o feto venha a ter, é uma vida e precisa deixar acontecer. Não cabe a ninguém definir, em caso da criança tiver problema de saúde ou o dito normal. É preciso que o curso da vida aconteça. E mesmo que apos horas no nascimento morra foi o curso normal.
Perguntado sobre a responsabilidade, o Presidente da Ajucat disse que é preciso explicar à sociedade sobre vários assuntos que perpassam. “A partir do momento que se escolhe o ato sexual, dai vai ocasionar consequência que é a gravidez. Daí existe a origem da responsabilidade da pessoa que sabia que do ato poderia chegar uma vida, neste caso o bebê. Por isso que é uma grande responsabilidade formar uma família e um relacionamento”, declarou Adelmo.
A Dra. Renata destacou um dado preocupante que ocorre no mundo. “Nos Estados Unidos já existe dados que levam a mulheres a cometerem o aborto por pressão, tudo isso levando a desvalorização a vida. E isso jamais poderá acontecer aqui, num país de maioria cristã. É o mesmo caso que falamos sobre um bebê acéfalo. Ele pode nascer e naturalmente pode morrer. Não necessita de intervenção dos homens. Ai sim, a morte ocorre de forma natural e não induzida”, declarou a especialista.
Questionado sobre a descriminalização em si do aborto, Adelmo Júnior lembra que o Supremo também já abordou a liberalização das drogas. “Alguns Ministros já se posicionaram. Ainda não é algo oficial, mas o Congresso pode barrar o caso do aborto, da mesma forma que já se pensa em fazer propostas sobre o caso das drogas”, lembrou.
A Obstetra disse que muitas pessoas podem fazer com que a mulher, sem nenhuma noção, pode acabar tirando a vida de seu futuro filho ou filha. “Muito se coloca que a mulher tem direito sobre seu corpo, no entanto isso pode acabar prejudicando a sua saúde, não apenas psicologicamente. Em todo seu organismo. Lembremos sempre que Deus é quem dá ou tira a vida em todos os momentos e situações”, observou.
Ao final o líder da Ajucat disse que muitos políticos preferem não perder voto, mais é preciso se posicionar a favor da vida ou da morte. “Precisamos questionar nossos representantes, independente se em campanha eleitoral ou não. Isso precisa ficar claro. Sobre os nossos representantes de Sergipe ainda não vi declarações públicas. Mas temos, como povo cristão e cidadão brasileiro, que questionar e questionar sobre esse assunto”, observou.
Por Ceiça Dias
Redação C8
Fotos: Rozendo Aragão