
Prezados ouvintes,
Com a chegada do governo Lula ao poder, as expectativas quanto ao preço dos combustíveis deram uma folga. Claro que o Governo Bolsonaro abaixou o preço dos combustíveis, retirando-lhe os tributos, como uma medida atabalhoada, desesperada, usada como meio de fazer campanha política. Ao decidir retirar os impostos estaduais, sem que os recompensasse por outro meio qualquer, o governo federal estava apenas retardando a catástrofe. E foi o que se deu. O endividamento dos estados cresceu, sem com a medida imposta pela União.
A questão dos impostos é crucial para o povo brasileiro, que figura como um dos países em que se pagam mais tributos. Os benefícios para a população, a depender da linda de conduta de cada governo, são os mínimos possíveis. Cada governo que entra bate na mesma tecla: aumentar a carga tributária, em detrimento do poder de compra da população. Já se fizeram os cálculos e constaram que o brasileiro trabalha, em média cinco meses por ano para pagar os impostos.
Fala-se muito em reforma tributária, para a contenção dos tributos, com propostas variadas, mas isso nunca sai do papel. É uma reforma sempre adiada por cada mandato. Entanto isso, o pão nosso de cada dia, a moradia, a saúde e o lazer, tão necessários ao cidadão, vão se adiando, ficando para o dia de “são nunca”. Pobre Povo brasileiro!
A nova equipe econômica, que prometeu tantas melhorias, vem insistindo na volta dos impostos sobre os combustíveis e o gás de cozinha. Conseguiu convencer o presidente de que é necessário arrecadar. A Petrobrás, por sua vez, anunciou uma pequena redução nos preços dos produtos, nas refinarias, para tentar compensar a volta do ICMS, nos estados. Uma preocupação se impõe:
Em Sergipe, a alíquota do ICMS passou de 18 para 22%, desde o mês de janeiro. Isso significa que ao menos 22% de aumento nos preços dos combustíveis nas terras sergipanas. Trata-se de uma das mais altas alíquotas, e isso de forma injustificada. Não há qualquer razão, a não ser conchavos entre os deputados e o governo para que a alíquota chegasse a este patamar. É uma vergonha o sergipano ter de desembolsar tamanha quantia, para sustentar a máquina, sem maiores benefícios. Vejam-se a saúde, a educação, a geração de emprego. Tudo isso não apresenta boas novas.
O fato é que, não fosse o aumento no preço do milho, poder-se-ia voltar ao tempo das charretes, dos tropeiros, dos muladeiros. Mas, pelo visto, a única saída será a de andar a pé. É preciso que os nossos políticos, em todas as esferas, se encarreguem de beneficiar o povo, deixando de olhar para interesses cartoriais. Por que se pagam tantos impostos e não se tem tantos benefícios. Onde está o dinheiro dos tributos dos brasileiros? Por que os combustíveis têm de ser tão caros? Os países vizinhos ao Brasil têm preços de combustíveis bem menores. Quais a razões?
Está na hora de se ter políticas públicas voltadas para o bem estar de todos. O povo precisa de transporte público de qualidade, de saúde pública, de educação, de moradia, de emprego e renda, de lazer, porque disso depende a dignidade de cada pessoa. Chega de brincar com a coisa pública.
Essa é a nossa opinião.
(Veiculado durante o Programa “Cultura Noticias” de 03 de março de 2023)
Foto: Agência Brasil