
PREZADOS OUVINTES,
Durante a pandemia, as famílias se reuniram, em casa, por longos períodos, acumulando-se diante de computadores e TV’s, disputando espaço, atenção, cobrando atitudes, testando a paciência. Rapidamente, pais e mães tiveram noção do que significa o professor, do peso que tem a escola, com todos os profissionais da educação. Como são preciosas as horas em que a criança ocupa o espaço escolar!
Os professores se reinventaram, buscando novos métodos, novas técnicas, tentando tornar atraentes as aulas pela telinha, nas mídias sociais. Foram dias de treinamento com uso de microfone, câmeras, VT’s, áudios, vídeos, rádios, tudo em nome de uma atenção maior ao delicadíssimo momento em que o aluno ficou em casa.
Saltam aos olhos inúmeras experiências de professores abnegados que deram um pouco mais de si, para deixar suas aulas gravadas, para fazer chegar às periferias, onde falta tudo, um pouco de educação, objetivando proporcionar conhecimento, também, aos pobres, que não têm bons aparelhos, nem sinal de internet, sem o mínimo necessário para sobreviver.
Tudo isso faz com que a sociedade tenha maior respeito aos professores, profissionais formadores de cidadania, de humanidades, que cultivam uma nova sociedade, mais justa, solidária e fraterna. No centro das atenções de todos os segmentos sociais, sobretudo dos gestores dos municípios, dos estados e da União, deveriam estar os professores, a quem se devem tributar todos os meios de crescimento, formação, reconhecimento e admiração respeitosa.
Infelizmente, vemos exatamente o contrário, como o desrespeito, a indiferença, a desvalorização profissional, com congelamento de salários, com falta de garantias e de condições de trabalho, tendo sua dignidade minada pela ação apática de um ente que desacredita, cada vez mais, no professor.
Nestes dias de paralisação por melhores salários, pelo piso constitucional, assistimos ao cerco policial, que impede os professores de entrar na Assembleia Legislativa. Professores com palavras de ordem, de um lado; de outro, policiais com ordens para impedir, empunhando armas, mostrando a força bélica de um estado que arrecada, mas não cumpre o papel de oferecer educação de qualidade, com salários compatíveis com a dignidade do magistério.
Basta ver quanto ganha um parlamentar, nem sempre bem instruído, competente, com poucas horas no Parlamento, e quanto ganha um professor, com nível superior, com dedicação exclusiva, com tarefas extra classe, com planos de curso, correção de provas e tudo o que dele se exige. Algo está errado. Muito errado. Um país que bajula políticos corruptos, irresponsáveis, que venera jogadores de futebol e artistas fabricados pelo mercado, e despreza o professor, não pode falar em desenvolvimento, nem apostar no futuro. Está condenado à ruína eterna!
É preciso que os gestores públicos respeitem os profissionais da educação, especialmente o Professor. Para isso, é necessário que o povo guarde maior respeito ao Professor do que aos craques do futebol fabricados por uma mídia vendedora de ilusões; que respeite o Professor mais do que os políticos que aparecem por ocasião das eleições, maquiados pelos marqueteiros, como artigo de luxo, às custas do suor e das lágrimas do povo carente, relegado a nada.
Mais e melhores salários aos professores. Menos dinheiro aos políticos inescrupulosos.
Essa é a nossa opinião.
Portal C8 Notícias
Foto: Master Juris