
Prezados ouvintes,
No último dia 08 celebramos o dia internacional da mulher, data em que, antes de se cantarem as vitórias alcançadas pela mulher, é instante de profunda reflexão sobre a vida em sociedade e o sobre a condição feminina. A data faz menção ao incêndio, numa fábrica têxtil, que dizimou mais de cem mulheres, nos Estados Unidos, em 1911, revelando as baixíssimas condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas. Uma verdadeira escravidão, em nome do lucro e do capital.
Com o passar do tempo, a ONU determinou o dia internacional da mulher, em 08 de março, data que se tornou muito mais comercial do que celebração autêntica do valor e da dignidade da pessoa humana, mulher. Exaltam-se, neste dia, as mulheres, mas, por vezes, as mesmas vozes que cantam seus louvores, também, levantam-se contra elas, nas práticas diárias: oportunidade de trabalho; diferenciação salarial entre homem e mulher, no mesmo cargo; machismo estrutural, assédio; exploração sexual, coisificação da mulher.
É evidente que vem, ao longo dos tempos, melhorando a situação da mulher: ela saiu do ambiente doméstico, onde quase sempre era enxergada com sexo frágil, que devia obedecer ao marido, ter filhos e cuidar dos afazeres domésticos. Foi às ruas, conquistou formação superior, tornando-se partícipe nas maiores carreiras profissionais, na medicina, na magistratura, na economia, na política, nas ciências, na sociedade em geral.
Mas há muito o que conquistar: adquirir o respeito de todos, optando por seu modo próprio de vida, sem dar satisfações, pelo fato de ser mulher; deixar de ser assediada, nos transportes públicos, nas empresas e repartições, nas baladas; ter igualdade de direitos; receber o salário devido; ter o lugar que desejar ter, sem que ninguém a proíba; usar o corte de cabelo que desejar, a roupa que lhe aprouver, ter o estilo de vida que lhe satisfaz.
Na prática, a mulher já mostrou a capacidade de gerir, de administrar, de resolver, de negociar. Há muito ela partilha da vida em sociedade com o homem, sem deixar nada a desejar. Por isso, convém que o dia internacional da mulher seja uma ocasião para a reflexão sobre o seu lugar na igreja, sua importância nas comunidades de fé, pois, em quase todos os credos, ela é maioria esmagadora. Por isso, deve ter maior destaque, também no âmbito eclesial, conforme já pontuou o Papa Francisco que tem nomeado muitas mulheres para funções de destaque no Vaticano.
Vivam as mulheres! Que elas sejam sempre sujeito de si e não objeto de exploração, nem consideradas mercadoria ou moeda de troca. Parabéns a todas a mulheres pelas conquistas. Muito mais virá por aí.
Essa é a nossa opinião.
(Veiculado no “Cultura Noticias” do dia 10 de março de 2023)
Foto: Agência Brasil