
Prezados ouvintes,
No próximo domingo, o segundo de maio, tem lugar especial a homenagem a todas as mães, vivas e falecidas. O dia das mães, na realidade, se dá no desenrolar da existência, quando ela, diuturnamente, se desvela em cuidados especiais, fazendo o milagre da partilha, nas famílias carentes, moderando os instintos, nas famílias abastadas, orientando, conduzindo para a vida feliz aqueles e aquelas a quem deu à luz.
Na difícil e árdua tarefa de tocar a vida em frente, todos nós, em algum instante da vida, lembramo-nos dos conselhos de nossa mãe. Ela é sábia, experiente, virtuosa, amorosa, sempre preocupada com a nossa felicidade. A vida em sociedade seria muito mais justa, fraterna e solidária, se os homens e as mulheres que a conduzem, se deixassem enlevar pelos ditosos conselhos maternos.
Essência do amor divino, que sempre está disposto a se doar, a mãe é uma imagem perfeita da ternura com que Deus sempre nos trata: inclina-se, repleta de misericórdia e de perdão, diante dos erros dos filhos. Aponta-lhes, porém, o caminho reto, corrigindo-os, na exata medida do amor. Diariamente, sobe ao mais alto do Calvário, para – em prece saída do coração maternal, suplicar a Deus: - “Perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem.” Para as mães, os filhos nunca crescem... mas, se crescem, têm o honroso dever de respeitar suas determinações, de se conduzir bem pelos caminhos da vida, sem ferir, sem cometer injustiças.
Não é à toa que a Doutrina Social da Igreja afirma que a família é a célula vital da sociedade. E isso é devido à qualidade da presença maternal na família. Quando uma família cresce sem a presença materna, em breve espaço de tempo, há desvios, degenerações, corrupções, porque faltou aos filhos a qualidade especial de um amor sólido, exigente, terno e compadecido. Se a mãe é a fina expressão de amor, a sua falta faz muita falta aos filhos, que passam a desconhecer o sentido do existir, pois ficam, na grande maioria das vezes, sem seu maior referencial, sem o aconchego de um colo protetor.
Olhando a sociedade atual, marcada por tantas desigualdades e injustiças, vem à memória a figura de tantas mães que, na periferia da história, imersas nos barracos e debaixo das marquises, de tudo fazem para alimentar seus filhos. Mães boia-fria, lavadeiras, faxineiras, roceiras, carvoeiras, mães pedintes, mães inseridas no submundo das drogas... Mães da alta sociedade, da política, a economia, no mundo jurídico, empresárias, atrizes e autoras, mães ricas e detentoras do poder... pouco importa a condição. Todas trazem consigo a força de gerar, de cuidar, de amar e de encaminhar para a vida, na esperança de que, à sua falta, os filhos saibam se conduzir vida a fora. É o amor materno que educa e prepara para a cidadania. A escola ensina saberes. A mãe, ensina o amor e os saberes que fazem a diferença na consciência de cada pessoa.
Quem já está sem a presença física da mamãe, sabe que ela está muito viva na memória, pois é impossível passar um dia sem dela se lembrar. É que o amor não morre! O amor mais puro, que nada exige em troca, permanece para sempre. Por isso, os filhos e filhas, mesmo após longos anos do passamento da mamãe, sentem seu cheiro, lembram-se de seus gostos pessoais, de seus conselhos, de seu prato preferido, mas – de um modo todo especial – guardam no mais profundo da consciência as grandes lições que aprenderam com ela.
Além de gerar e de cuidar da vida dos filhos, as mães têm essa capacidade espetacular de permanecerem sempre vivas. Ela não é apenas nossa rainha, nossa poesia, nossa força e nosso encanto. Ela é, no mundo das criaturas, a imagem serena do amor de Deus.
Feliz dia das mães!
Essa é a nossa opinião.
(exibido no dia 12 de maio de 2023 com locução de Ana Maria Nogueira)
Foto: BBC/divulgação