
A convite do Governo de Sergipe, o embaixador da Irlanda no Brasil, Seán Hoy, está em visita Sergipe, nesta segunda e terça-feira, 26 e 27, para promoção de intercâmbio comercial e cultural da renda irlandesa, produzida no município sergipano de Divina Pastora, no leste sergipano. Em seu primeiro compromisso no estado, nesta segunda, o diplomata se reuniu com representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio) e demais entidades de classe, além de empresas exportadoras, para conhecer os potenciais de exportação do estado e criar oportunidades para possíveis negócios.
O saber fazer da renda irlandesa produzida no município de Divina Pastora se tornou Patrimônio Histórico e Imaterial de Sergipe e chamou a atenção do embaixador da Irlanda. De acordo com ele, o objetivo é conhecer o trabalho do artesanato das rendeiras sergipanas e apoiar o desenvolvimento de pequenos e médios empreendedores para o mercado nacional e internacional. “Estamos em Sergipe pela primeira vez, para conhecer a renda irlandesa, aprender e identificar quais são as oportunidades para futuro empreendimento. Esperamos voltar de Sergipe com boas notícias e com novos parceiros, no intuito de difundir a renda irlandesa para os outros lugares. Estamos felizes em viabilizar essa parceria com as entidades locais e, também, em poder compartilhar todo esse conhecimento”, disse o embaixador.
O encontro foi intermediado pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), em parceria com a Fecomércio. Representando o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, o secretário da Seteem, Jorge Teles, falou sobre as expectativas com o intercâmbio cultural e comercial. “Esse é um momento histórico para o estado de Sergipe e, principalmente, para o município de Divina Pastora, onde o embaixador da Irlanda no Brasil vem conhecer a nossa arte, a renda irlandesa e, também, a renda de Richelieu, que é feita em todo o estado de Sergipe. Então, é a oportunidade para nós estreitarmos esses laços não só culturalmente como comercialmente, e proporcionar a oportunidade para exportação da rede irlandesa, com uma valorização no âmbito nacional dessa arte que é produzida apenas aqui no estado de Sergipe”, disse o secretário, ao destacar o trabalho que o Governo do Estado tem desempenhado para o fortalecimento do artesanato sergipano.
O gestor lembrou que, durante os festejos juninos, foi preparado um espaço muito especial para que fosse comercializada a renda irlandesa, no Arraiá do Povo. “Além disso, em parceria com a Fecomércio, no São João da Família Sergipana, dentre outros espaços como o Oceanário e o Gonzagão. Então, onde houver festividades juninas, onde existir celebração no nosso estado, há um espaço reservado do artesanato, porque não basta você tornar ele conhecido, é preciso abrir espaço para comercialização”, colocou.
Potencialidades comerciais
A visita do embaixador da Irlanda a Sergipe está sendo considerada um marco importante na promoção do intercâmbio cultural e comercial entre Sergipe e a Irlanda e pode abrir novas portas para a valorização e promoção da renda sergipana no mercado internacional.
Na oportunidade, o presidente da Fecomércio, Marcos Andrade, reforçou a importância da parceria para atrações de negócios para o estado. “Primeiro passo é conhecer a renda irlandesa, em Divina Pastora, que, segundo informações, na Irlanda não tem mais. Além disso, temos a renda do Richelieu que também tem origem na Irlanda, sendo um produto que foi difundido pelo cardeal Richelieu, da França, e foi trazido para Tobias Barreto e até hoje perdura. Então, nós estamos aqui para demonstrar e mostrar ao embaixador irlandês o que temos em Sergipe, além disso, tentar fomentar a exportação. Isso vai favorecer e desenvolver a nossa economia. Quando se tem exportação, há a geração de emprego e renda”, destacou.
Na ocasião, o gestor de Negócios Internacionais da Fecomércio, Lucas Uriel, ressaltou a importância de diversificação de pauta de exportação de produtos sergipanos para o mercado internacional. “Recentemente, conquistamos pelo Banco do Nordeste um financiamento que vai propiciar a exportação do artesanato sergipano nos mercados da América do Norte e Europa. Este ano, em parceria com a Câmara de Fomento Nacional, nós vamos fazer um trabalho de exportação do artesanato e produtos manufaturados sergipanos para o mercado europeu”, disse, ao colocar o órgão à disposição para a Embaixada, para levar os produtos sergipanos para fora.
A discursão se concentrou nas formas de escoar a produção, como também a inserção dos produtos em plataformas digitais no intuito de disseminar ainda mais os artigos. “Durantes esse anos, a gente percebeu a dificuldade que é para empresa brasileira e, sobretudo, a sergipana, de comercializar os produtos para o mercado exterior. Na Câmara, a gente criou uma metodologia que facilitou muito as empresas afiliadas para começar vender seus produtos no mercado internacional”, disse o presidente da Câmara de Fomento Internacional, Luizandre Barreto.
Segundo ele, a intenção é por, meio das tecnologias digitais, a exemplo da cross border, que permite a venda de produtos pela internet para outros países, impulsionar a comercialização do artesanato sergipano. Dessa forma, o artesão sergipano vai ter o seu produto exposto em plataformas digitais para os Estados Unidos e na Europa, impulsionando, no caso, a renda irlandesa para Irlanda”, acrescentou.
Na ocasião, o presidente da Federação das Indústrias de Sergipe, Rodrigo Rocha, apresentou potencialidades e possibilidades de negócios para difusão do artesanato sergipano no exterior. “É sempre importante fazer essa aproximação com as embaixadas. Quando a gente fala em ampliar, a gente sempre vai buscar parceiros. Então nossa intenção é buscar e identificar todo esse potencial econômico que a gente tem,” disse, ao destacar também a parceria existente com o Governo do Estado para a implementação do ‘Cinturão de Confecções’ nos municípios de Tobias Barreto e Itabaianinha. “Com esse projeto, a gente pode abarcar também a questão dos bordados e do artesanato, para que cada vez mais ela consiga fazer uma gestão mais eficiente do seu negócio, pensando em novas oportunidades e na competividade”, disse.
Foto e fonte: ASN