
A pandemia em Sergipe está em alta há mais de 2 meses, com taxa de transmissão acima de um. Esta foi a afirmação do Professor da UFS e Pesquisador do comitê técnico-científico Lysandro Borges. A informação foi confirmada por ele na manhã desta terça-feira, dia 18, durante o Programa “Linha Direta”.
De acordo com o pesquisador, diferente da primeira onda, a reprodução do vírus está acima do que foi registrada na primeira onda. “Atualmente Sergipe está com taxa média de 1,5. Significa que 100 pessoas contaminadas podem transmitir o vírus para outras 105”, declarou.
Lysandro Borges afirmou que, apesar da vacinação e das medidas de isolamento propostas pelo Governo, os números ainda são grandes. “Não conseguimos reduzir o número de casos e de óbitos por dois motivos. Primeiro a cepa P1 de Manaus, com mais poder de infecção e mais letal, está presente no estado, superando todas as demais cepas descobertas. E segundo é a taxa de mobilidade. Mesmo com as restrições, as pessoas estão circulando com frequência em mercados, farmácias e transporte público. Em ambientes confinados teremos sempre maior disseminação do vírus”, detalhou.
Sobre a questão do retorno às aulas presenciais, o pesquisador falou que quanto mais protocolos, menos chances da covid-19 circular no ambiente. “Distanciamento entre alunos e as classes, uso de álcool gel, abundância de água e sabão para lavar as mãos, além da obrigatoriedade do uso de máscara. Some isso a não abertura das cantinas, individualização do lanche de cada aluno, fechamento de áreas do recreio e proteção de professores. Todas essas medidas podem reduzir a chance de contaminação, segundo recente pesquisa divulgada em uma revista científica dos Estados Unidos”, lembrou o professor.
Questionado se o “lockdown” pode ser uma medida acertada para o Brasil, o especialista disse que o país possui diversos cenários e seria muito complexo fechar tudo por cerca de 15 dias. “Se for fazer isso, temos que pensar na estrutura de muitas famílias que dependem do trabalho diário para se manter, ou então morreriam de fome. O que deve ser feito é adaptar restrições a cada realidade. Um dos pontos é evitar circulação de pessoas. É aí que acontece a transmissão do coronavírus”, pontuou o Professor Lysandro.
Em Sergipe, 6 cidades são as que registram as maiores quantidades de casos e de mortes devido ao covid-19. “Por isso que acertadamente o Governo flexibilizou alguns pontos de decretos no interior, mas segurou em Aracaju e Região Metropolitana, além de Itabaiana, Lagarto e Estância, que tem muitos casos. Se eu consigo restringir nesses locais, é possível reduzir drasticamente a quantidade de pessoas com a doença”, lembrou o pesquisador da UFS.
Portal C8 Notícias
Foto: Site UFS