
O futuro da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) foi tema de entrevista na manhã desta terça-feira, dia 11, no Programa “Cultura Notícias”. O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (Sindisan), Silvio Sá, destacou o posicionamento contrário a suposta privatização ou Parceria Publico Privada para a estatal.
O sindicalista destacou que a Deso tem vários problemas, mas não é vendendo que vai se resolver a situação. “Não é de agora que a empresa publica tem empecilhos. No entanto, temos que lembrar que a companhia é publica e formada pelo sergipano que paga para manter ela. É preciso regularizar a situação”, comentou.
Silvio Sá destacou o ultimo reajuste da tarifa da Deso, autorizada pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Sergipe (Agrese). “A companhia reajustou em 4 por cento da taxa de serviços. Não houve repercussão na sociedade. Caso seja privatizada, poderá ter aumento de até 50 por cento. Cito aqui o caso de Maceió. Lá já é em parte privatizada e tem taxa de R$ 60. Aqui nós temos a taxa atual de R$ 43. Repito: precisamos é de gerenciamento e não de privatização de toda ou parte da companhia”, lembrou.
Outro ponto lembrando na entrevista foi sobre os serviços de rede de esgoto realizado em alguns pontos da cidade, a exemplo do que acontece no Santos Dumont e Bugio. Para ele, falta uma comunicação entre a estatal e a população. “Muita gente acha que, quando a obra passa, a caixa de esgoto já está pronta e o morador faz a ligação. Está errado. A Deso é que faz esta ligação do esgoto, mas não é informado isso ao povo. Por isso que existem alguns problemas”, relatou.
O presidente do Sindsan lembrou que a Deso, mesmo com muitas deficiências, ainda se destaca no Brasil. “Saiu um recente acompanhamento que aponta a nossa companhia entre as 13 que possuem maior solidez. Como empresa sólida, é impossível pensar em privatizar a Deso. Éisso que nós questionamos. A quem interessa pensar em venda? Será que a empresa privatizada vai levar água e tratamento de esgoto para todo o estado, incluindo as pequenas cidades e povoados? É a nossa duvida. A Deso tem esse lado social”, argumentou Silvio Sá.
Ao final o sindicalista foi questionado sobre reunião com o Governador Fábio Mitidieri. O líder do Sindisan disse que a ultima vez que a diretoria teve encontro foi com o então candidato no segundo turno. “Já solicitamos encontro para mantermos o diálogo. No dia da posse dele, afirmou que a Deso não seria vendida, mas precisaria de uma PPP. Pra nós, essa parceria já seria o começo de uma futura privatização. E isso não queremos. Se nós apresentarmos a ele todos os dados sobre a companhia, ele vai perceber que o que falta é gestão e mais investimentos. Continuamos à espera do encontro com o Governador”, finalizou.
Por Rozendo Aragão
Redação C8
Foto: Rozendo Aragão